Os deuses nórdicos eram
mortais, e somente pelas maçãs de Iðunn podiam esperar viver até o Ragnarök.
Imagen por J. Penrose, 1890.
Há três "clãs"
de divindades: os Æsir, os Vanir e os Iotnar (referenciados como os gigantes
neste artigo). A distinção entre o Æsir e o Vanir é relativa, pois na mitologia
os dois finalmente fizeram a paz após uma guerra prolongada, ganha pelos Æsir.
Entre os embates houve diversas trocas de reféns, casamentos entre os clãs e
períodos onde os dois clãs reinavam conjuntamente. Alguns deuses pertencem à
ambos os clãs. Alguns estudiosos especulam que esta divisão simboliza a maneira
como os deuses das tribos invasoras indo-européias suplantaram as divindades
naturais antigas dos povos aborígenes, embora seja importante notar que esta
afirmação é apenas uma conjectura. Outras autoridades (compare Mircea Eliade e
J.P. Mallory) consideram a divisão entre Æsir/Vanir simplesmente a expressão
dos nórdicos acerca da divisão comum Indo-Européia acerca das divindades,
paralela aos deuses Olímpicos e os Titãs da mitologia grega, e algumas partes
do Mahabharata.
O Æsir e o Vanir são
geralmente inimigos dos Iotnar (Iotunn ou Jotuns no singular; Eotenas ou Entas,
em inglês arcaico). São comparáveis ao Titãs e aos Gigantes da mitologia grega
e traduzidos geralmente como "gigantes", embora trolls e demônios
sejam sugeridos como alternativas apropriadas. Entretanto, os Æsir são descendentes
dos Iotnar e tanto os Æsir como os Vanir realizaram diversos casamentos entre
eles. Alguns dos gigantes são mencionados pelo nome no Eddas, e parecem ser
representações de forças naturais. Há dois tipos gerais de gigante: gigantes da
neve e gigantes do fogo. Havia também elfos e anões e, apesar de seu papel na
mitologia ser bastante obscuro, normalmente são apresentados tomando o partido
dos deuses.
Além destes, há muitos
outros seres supernaturais: Fenris (ou Fenrir) o lobo gigantesco, e Jormungard,
a serpente do mar que circula o mundo inteiro. Estes dois monstros são
descritos como primogênitos de Loki, o deus da mentira, e de um gigante. Hugin
e Munin (pensamento e memória), são criaturas mais benevolentes, representadas
por dois corvos que mantêm Odin, o deus principal[6], informado do que está
acontecendo na terra; Ratatosk, o esquilo que atua como mensageiro entre os
deuses e Yggdrasil, a árvore da vida, figura central na concepção deste mundo.
Assim como muitas outras
religiões politeístas, esta mitologia não apresenta o característico dualismo
entre o bem e o mal da tradição do oriente médio. Assim, Loki não é
primeiramente um adversário dos deuses, embora se comporte frequentemente nas
histórias como o adversário primoroso contra o protagonista Thor, e os gigantes
não são fundamentalmente malignos, apesar de normalmente rudes e incivilizados.
O dualismo que existe não é o mal contra o bem, mas a ordem contra o caos. Os
deuses representam a ordem e a estrutura visto que os gigantes e os monstros
representam o caos e a desordem.

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